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quinta-feira, abril 25, 2013
DENSIDADE ENERGÉTICA DO LANCHE ESCOLAR
COMO MELHORAR A QUALIDADE DESTA REFEIÇÃO?
A densidade energética é definida como a relação entre a quantidade de energia e o peso em gramas do alimento (kcal/g). Alguns fatores influenciam a densidade energética, tornando-a menor, como a presença de água e fibras no alimento, ou maior, como o teor de gordura e açúcar do alimento6. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a restrição do consumo de alimentos de alta densidade energética por crianças como estratégia para prevenção da obesidade8. Por outro lado, o consumo de alimentos de menor densidade energética pode auxiliar no controle do peso em populações pediátricas1.
Patterson et al. (2010)7 analisaram a dieta de 551 crianças e adolescentes (média 9,6 anos) da Suécia e verificaram que aquelas com dietas de menor densidade energética apresentavam melhor qualidade da dieta como um todo, incluindo maior consumo de frutas, hortaliças e cereais e menor consumo de refrigerantes, doces e chocolate. Em análise quantitativa, este padrão de menor densidade energética resultou em consumo significativamente maior de micronutrientes.
O lanche costuma ser uma refeição especialmente problemática do ponto de vista da adequação nutricional. Em amostra de 156 crianças escocesas de cinco a 17 anos, verificou-se que os lanches representavam 21% das calorias consumidas diariamente, 22% da ingestão diária de gorduras e 39% da ingestão diária de açúcar5.
Felice et al. (2007)2 avaliaram o lanche escolar de 625 crianças de 10 a 15 anos do município de São Paulo e verificaram que 51,7% consumiam alimentos da cantina, 23,5% lanche de casa, 32,6% merenda e 18,9% omitiam esta refeição. Os alimentos mais consumidos foram guloseimas, salgadinhos de pacote e bolachas, além disso, observou-se um consumo elevado de refrigerantes em detrimento de bebidas fontes de vitaminas e cálcio. Os resultados apontam a necessidade de ações de educação nutricional para promover a substituição dos alimentos e bebidas de alta densidade energética por outros de melhor valor nutricional.
As bebidas têm grande representatividade no lanche escolar, por isso é necessário atenção para a sua qualidade. Lasater et al. (2011)4 analisaram o consumo de bebidas de 3.583 escolares norteamericanos de 6-11 anos de idade no período 1989-2008 e verificaram aumento significativo no consumo de bebidas excessivamente açucaradas de baixo valor nutricional, como refrigerantes, em detrimento de bebidas nutritivas, como leite. Este padrão de consumo reflete mudanças que ocorreram ao longo do tempo. Por meio da comparação de dados nacionalmente representativos da população dos EUA entre 1977 e 1996, Jahns et al.3 observaram um aumento significativo na densidade energética dos lanches (de 1,7 kcal/g em 1977 para 2,4 kcal/g em 1996, na faixa etária de seis a onze anos de idade). Por outro lado, a densidade de cálcio dos lanches diminuiu significativamente neste período.
Intervenções que promovam o consumo de alimentos de menor densidade energética no lanche escolar, e que sejam fontes não apenas de calorias, mas de nutrientes importantes (proteínas de alto valor biológico, vitaminas, cálcio e outros minerais) são essenciais diante do quadro apresentado. O lanche deve incluir fontes de carboidratos, como frutas, pães e cereais. Proteínas e lipídeos podem ser obtidos de fontes saudáveis, como laticínios magros e bebidas à base de soja. As bebidas de soja tipo “leite”, fortificadas com cálcio, são uma boa opção para aumentar a densidade deste micronutriente no lanche escolar e têm excelente aceitação pelas crianças que não podem tomar ou não gostam do leite de vaca.
Referências:
1- Barlow SE. Expert committee recommendations regarding the prevention, assessment, and treatment of child and adolescent overweight and obesity: Summary report. Pediatrics 2007; 120(suppl 4): S164-S192.
2- Felice MM, Sampaio IPC, Fisberg M. Análise do lanche escolar consumido por adolescentes. Saúde Rev 2007; 9(22): 7-14.
3- Jahns L, Siega-Riz AM, Popkin BM. The increasing prevalence of snacking among US children from 1977 to 1996. J Pediatr 2001; 138(4): 493-498.
4- Lasater G, Piernas C, Popkin BM. Beverage patterns and trends among school-aged children in the US, 1989-2008. Nutr J 2011; 10: 103.
5- Macdiarmid J, Loe J, Craig LC, et al. Meal and snacking patterns of school-aged children in Scotland. Eur J Clin Nutr 2009; 63(11): 1297-1304.
6- Mendoza JA, Watson K, Cullen KW. Change in dietary energy density after implementation of the Texas Public School Nutrition Policy. J Am Diet Assoc 2010; 110(3): 434-440.
7- Patterson E, Wärnberg J, Poortvliet E, et al. Dietary energy density as a marker of dietary quality in Swedish children and adolescents: the European Youth Heart Study. Eur J Clin Nutr 2010; 64(4): 356-363.
8- WHO/FAO Expert Consultation on Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases. World Health Organ Tech Rep Series 2003; 916.
terça-feira, abril 23, 2013
POTÁSSIO E SAÚDE CARDIOVASCULAR
POPULAÇÃO NÃO CONSOME A QUANTIDADE RECOMENDADA DE POTÁSSIO
Segundo a OMS, para a maioria da população adulta a ingestão de potássio ainda está abaixo das 3,5 gramas diárias recomendadas como medida de prevenção para a hipertensão arterial e para redução no risco de acidente vascular cerebral. Como melhorar isso? Estimular o consumo de alimentos fontes de potassio, como frutas, hotaliças, cereais, oleginosas e alimentos enriquecidos, assim como orientar sobre a leitura do rótulo dos alimentos contribuiu para promover os cuidados com a saúde do coração.
Referência
WHO.Guideline: Potassium intake for adults and children. Geneva, World Health Organization (WHO), 2012.
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